quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O estado de degradação das ruas e passadeiras nas Caldas da Rainha...

Intervenção na Assembleia Municipal de 11/02/2014

Boa noites a todos!
Que a cidade está mergulhada num caos, todos nós sabemos! Que as obras implicam sempre períodos de tempo de alterações indesejadas também, mesmo que os atrasos das mesmas tenham como culpa São Pedro. Nada como culpar o divino para salvar a incompetência humana. Mas se o centro da cidade está em obras, o resto da cidade precisa delas.
Começo por questionar por onde passam os responsáveis pela autarquia para se deslocarem até à Câmara Municipal? O edifício da Câmara tem heliporto, ou estação de metro? Não consigo perceber como é que ainda não “atropelaram” um buraco na estrada, como percebem onde estão as passadeiras, como circulam na cidade, para não alargar ao concelho todo que padece da mesma doença. É que os problemas são tão visíveis que não entendo a falta de resolução!
O facto de estarmos perante obras não aceites por todos mas aprovadas por alguns, intituladas de regeneração urbana, não podem justificar os buracos existentes nas ruas da cidade, alguns deles localizados mesmo nas entradas e acessos.
O exemplo gritante é o buraco localizado Na Rua Vitorino Fróis, no sentido Caldas > Foz do Arelho, um pouco antes das bombas da Repsol. Uma cratera originada pelo “desenrasca” de tapar um buraco criado pelo rebentamento de uma conduta de água. Na quinta-feira passada, dia 6 na partilha de carro com uma colega, escusado será dizer que ganhámos um susto valente, dando um golpe na suspensão do carro! Pergunto quem paga os arranjos do carro se originar uma visita à oficina? Ou até mesmo implicar um acidente no desvio rápido para a faixa contrária para fugir ao intruso da via? Outros exemplos: 
  • Rua Vitorino Fróis em frente à biblioteca municipal;
  • Rua General Amilcar Mota, junto à escola de sargentos;
  • Rua do Sacramento;
  • Rua Bernardino António Carvalho Pragana, junto ao Centro de Saúde;
  • Noutras ruas da cidade...
Onde estão os serviços municipalizados nestas situações? Ficam os buracos abertos na estrada quanto tempo? Estes casos que põe em risco a segurança rodoviária não deveriam ser resolvidos no momento? Perguntas e mais perguntas…
Ao nível das passadeiras, a maior parte das passadeiras na cidade estão apagadas, noutras foram tapados buracos e não foram repintadas, é claro e óbvio que a falta de manutenção e conservação destas estruturas fundamentais para a circulação pedonal leva à sua degradação, reduzindo assim a sua visibilidade potenciando os atropelamentos e o desrespeito pelos peões. Algumas mesmo nem se sabe que existem! Houve quem levasse uma buzinadela de um automobilista, porque achava que o peão simplesmente atravessava a via num local qualquer… Pergunto, de quem é a competência de conservar a sinalização horizontal, nomeadamente as passadeiras? Delegação de competências nas Juntas de Freguesia? É necessário ocorrer atropelamentos para se agir? Quem vai-se responsabilizar?
Saliento que relativamente a esta matéria no dia 16/12/2013 enviei email ao sr. Vereador Hugo Oliveira, responsável pela mobilidade urbana, a relatar a minha preocupação face a esta temática e não obtive resposta nenhuma. No dia 15/01/2014, um mês depois, em conversa com o sr. Vereador foi-me dito que não tinha recebido o email, pelo que for reenviado para outro mail que me facultou. Quase um mês depois, o silêncio!
Ainda dentro desta minha intervenção sobre a degradação, saliento a importância que os espelhos nalgumas artérias da cidade têm, dada a reduzida visibilidade. Se estão lá é porque são importantes e necessários. Exemplo disso é o espelho que se localizava no entroncamento entre a Rua Henrique Sales e a Rua da Alegria, que desapareceu ficando lá só o esqueleto. Quem quiser seguir para a Rua da Alegria, neste momento sem alegria nenhuma, tem de entrar com o carro para ver se vem alguém pela sua direita. Quem ali mora perto, ouve de vez em quando umas buzinadelas, esperemos que não ouça chapa a bater!
Face ao exposto, espero que pelo facto da cidade se encontrar mergulhada em obras de regeneração, isso não seja desculpa para a degradação a que se chegou. Estes casos de degradação flagrante estão fora do perímetro de intervenção e não pode ser desculpa para o estado actual. Esperar pelo término da regeneração urbana, com os atrasos previsíveis tipicamente portugueses, para actuar nestes problemas só revela falta de dinâmica. Por exemplo se rebentar uma conduta de água atua-se de imediato, porque não se faz nestas situações enunciadas que são factores potenciadores de sinistralidade?
Mais do que a resolução destes problemas pretendo que o executivo camarário e esta assembleia municipal reflictam sobre a atitude demonstrada na resolução dos problemas agudos da cidade! Não será urgente passar de um paradigma do deixa andar para um paradigma de eficiência? Não estaremos a falar de questões de fundo relacionadas com a atitude que este executivo tem face à resolução dos problemas? Deveria haver eleições autárquicas todos os anos para o dinamismo perdurar?
A eficiência e a eficácia são qualidades que não estão ao alcance de todos pelos vistos e os caldenses merecem mais respeito. Gosto muito desta cidade, aqui escolhi para viver mas não gosto da forma como está a ser gerida!
Acima de tudo quero respostas e exijo a resolução dos problemas!
Muito obrigado a todos…
 
 
Após a minha intervenção, aqui ficam as opiniões e respostas dadas:
 
Deputado António Cipriano (PSD):
As obras de regeneração têm de ocorrer e como tal causam transtornos à população, mas o que devemos pensar é no resultado final, daquilo que vamos ter após a conclusão das obras. Relativamente à sinalização horizontal, decerto que a Câmara Municipal está desperta para essa realidade.
  • Cheguei à conclusão que não falei em português! Para tal análise só pode. Eu critiquei sim a obras de regeneração, contudo aponto exactamente os problemas que surgem na cidade, como os buracos e o mau estado de conservação das ruas, que nada têm que ver com a regeneração urbana afirmando mesmo que estas não podem ser desculpa para os restantes problemas... Pelo menos a parte das passadeiras parece que percebeu agora se a Câmara está desperta para isto tenho dúvidas... As passadeiras não estão assim desde ontem!
Deputado Vitor Fernandes (CDU)
Completamente de acordo, afirmando que efectivamente as obras de regeneração não podem ser desculpa para descurar as outras zonas da cidade e ainda enunciou outras situações de degradação na cidade.
  • Pelo que parece afinal falei português e alguém me entendeu!
Deputado Brás Gil (CDS)
Concorda que a Câmara Municipal deve agilizar estas obras, no sentido de se corrigir o estado de degradação a que se chegou e que a Câmara deve estar mais desperta para estas situações não deixando chegar onde se chegou.
  • Mais descansado agora, afinal fui mesmo compreendido mas o problema foi outro há quem não queira compreender, ou melhor, queira desvirtuar a discussão!
Sr. Presidente, Dr. Tinta Ferreira
Iniciou por dizer que os partidos ocupam o espaço destinado às intervenções dos cidadãos e que no caso do MVC foi de 75%. Lamentou-se a dizer que até pediu desculpas aos caldenses pelas obras de regeneração, fazendo um périplo pelas falências das empresas de construção envolvidas nas obras de regeneração. Afirmou que o concelho é grande e em todo o concelho há necessidades de intervenções, mas afinal a culpa é mesmo do São Pedro que tem oferecido um Inverno rigoroso e motivo pelo qual está fora de questão tapar buracos, pintar passadeiras. Salientou ainda a Lei dos Compromissos onde nem tudo se pode fazer quando se quer e que quando vier bom tempo irá terminar o concurso público para pintar as passadeiras, mas quando deixar de chover. Afirmou que passarão a ser as Juntas de Freguesia a cuidar da sinalização vertical por estarem mais próximas dos problemas e os espelhos são constantemente roubados.
  • Só tenho duas palavras a dizer: ARROGÂNCIA PURA! O início da sua intervenção fica marcada pela tentativa de condicionamento, pelo facto de 3 cidadãos ligados ao MVC terem utilizado o espaço destinado às intervenções do público. Curioso, que eu saiba antes de tudo sou um cidadão e acima de tudo tenho toda a legitimidade de fazer a minha intervenção quer pertença a um partido, associação, clube de futebol ou religião. Observação triste de quem fica incomodado com a opinião dos cidadãos. Mas acredite Sr. Presidente, condicionar não me condiciona e intervir na Assembleia Municipal jamais me impedirá.
  • Depois as lamentações ficam bem e explicou e explicou as obras de regeneração e as dificuldades financeiras das empresas de construção, para quê? O que é que isso tem que ver com a minha intervenção?
  • Depois estamos no Inverno, chuvoso demais para a sua normalidade segundo o presidente, por isso tapar buracos com a chuva? Quem se lembraria disso? Pintar passadeiras com a chuva? Nem pensar! E a cereja no topo do bolo relativa à intervenção de outro cidadão que foi questionar sobre o Clube Sénior: "Querem um telhado novo? Vão lá vocês pô-lo!" Mas o que é isto? Que discurso é este?
  • A chuva pelos vistos nas Caldas da Rainha condicionam tudo. Podemos ter autênticos fossos nas estradas e ruas, que podem causar inúmeros acidentes e estragos nas viaturas, mas o Sr. Presidente não quer saber, está de chuva! Eu não fui pedir tapetes de asfalto novos, mas que pelo menos se tapem os buracos que vão surgindo de forma a minimizar os problemas, mas nem isso com a chuva e como disse, o concelho está tão necessitado de obras que as equipas dos serviços municipalizados não conseguem dar resposta a todas as solicitações. Ainda bem que reconhece a falta de eficiência e eficácia em resolver os problemas.
  • Mas resumindo, enquanto chover, não vamos ter os buracos tapados, nem as passadeiras pintadas! Caldenses comprem jipes e tratores porque vão precisar deles!
Conclusão: Tal como disse na intervenção, é muito fácil culpar o divino para desculpar a incompetência humana e neste caso estamos perante isso mesmo, incompetência de um executivo camarário que não consegue resolver os problemas urgentes da cidade e do concelho, problemas esses que podem ser causadores de sinistralidade, com danos elevadíssimos quer materiais, quer humanos! Fez um esforço enorme para sorrir antes das eleições, mas a arrogância é inata e está lá! Acredite Sr. Presidente, sou enfermeiro não sou construtor, mas se o fosse, arranjava o telhado do Clube Sénior. Continue a desculpar-se com as chuvas, quero ver quando acabar o Inverno...
Termino tal como terminei a minha intervenção: NÃO GOSTO DA FORMA COMO CALDAS DA RAINHA ESTÁ A SER GERIDA!
 
PS (nunca o partido) - Em breve publicarei as fotografias do estado a que esta cidade chegou, contudo as fotos das passadeiras poderão ver no post anteriormente publicado em 18/01/2014 aqui >>> Passadeiras? Onde?...


2 comentários:

  1. Parabéns pela intervenção Miguel. Sinto-me em sintonia perfeita com o que foi dito e, aplaudo calorosamente, o que disse sobre o arrogante que nos governa.

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  2. Obrigado Carlos Gaspar, apenas sou um cidadão que não gosta da cidade no estado em que ela está, com tendência a agravar se as chuvas não pararem porque pelos vistos nesta dinâmica não se tapam buracos assim!

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